Pós graduação Nutrição Estética

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Leite fermentado enriquecido com lactoferrina promove a melhora clínica da acne

Data: 27/08/2010
Autor(a): Rita de Cássia Borges de Castro
Fotógrafo: Camila G. Marques

Estudo publicado na revista científica Nutrition mostrou que a ingestão diária de leite fermentado enriquecido com lactoferrina melhorou a pele de pacientes com acne vulgar (nome científico da acne comum), com diminuição de triacilgliceróis da superfície lipídica da pele.
A acne é uma doença de pele que atinge quase 80% dos adolescentes. As primeiras lesões não inflamatórias da acne vulgar são microcomedões, que são o resultado do tamponamento folicular e hiperplasia da glândula sebácea, com aumento da produção de sebo. Com o aumento no tamanho das lesões, eles se tornam comedões não-inflamados, aberto ou fechado (cravos pretos ou brancos, respectivamente). Ao passar do tempo, essas condições favorecem o crescimento da bactéria Propionibacterium acnes, que secretam substâncias pró-inflamatórias, levando ao aparecimento de lesões inflamatórias.
Devido a pouca existência de estudos que avaliam os efeitos sistêmicos da lactoferrina como um suplemento dietético e a fim de investigar a sua atividade anti-inflamatória, o estudo buscou avaliar o efeito do leite fermentado enriquecido com lactoferrina em pacientes com acne vulgar de leve a moderada, uma condição inflamatória da pele.
Trata-se de um estudo controlado, randomizado e duplo-cego, em que os pesquisadores acompanharam 36 pacientes (homens e mulheres) entre 18 e 30 anos, nos quais foram randomizados em 2 grupos. O grupo lactoferrina recebeu diariamente, durante 12 semanas, 200mg de lactoferrina misturada em leite fermentado contendo probióticos (L. bulgaricus e Streptococcus thermophilus) e o grupo controle recebeu apenas o leite fermentado com os mesmos probióticos.
Os participantes foram instruídos a não consumir outros produtos lácteos fermentados e/ou mudar hábitos de limpeza e produtos de hidratação da pele durante o estudo. A avaliação do grau e contagem das lesões acneicas foram realizadas mensalmente, assim como as condições de hidratação da pele, sebo e pH, através de equipamentos específicos. Para a avaliação da superfície lipídica da pele foram aplicadas fitas adesivas especiais na região acneica e posteriormente extraído o conteúdo lipídico aderido.
Comparado ao início do estudo, todos os 18 participantes do grupo lactoferrina demonstraram reduções na contagem total de lesões (CTL) em 23,1% (p=0,033) e 17 destes indivíduos (94,4%) apresentaram diminuição na contagem de lesões inflamatórias (CLI) em 38,6% (p=0,019). Além disso, no grupo lactoferrina, o conteúdo de sebo diminuiu 31,1% em comparação com o grupo placebo (p=0,043).
A quantidade total de lipídios superficiais da pele diminuiu em ambos os grupos. No entanto, dos lipídios importantes, os triacilglicérois (TGL) e ácidos graxos livres (AGL) diminuiu no grupo lactoferrina, enquanto a quantidade de AGL diminuiu apenas no grupo placebo. A menor quantidade de TGL no grupo lactoferrina foi significativamente correlacionada com a diminuição do conteúdo de sebo (p= 0,007), contagem das lesões acneicas totais (p=0,007) e o grau da acne (p=0,021). Nenhuma alteração na hidratação da pele e do pH foram observadas em ambos os grupos.
Os pesquisadores afirmam que a melhora da acne vulgar nesses pacientes foi devido à diminuição seletiva dos TGL, um dos componentes lipídios mais importantes do sebo. “A maior eficácia da lactoferrina sobre o grupo que consumiu apenas os probióticos pode ser associada com a maior capacidade de a lactoferrina diminuir os TGL e o conteúdo do sebo, diminuindo o tamponamento folicular e a inflamação causada por bactérias P. acnes”, explicam os autores.
Os pesquisadores também ressaltam a importância dos probióticos, como L. bulgaricus, L. acidophilus e S. thermophilus na melhora dos sintomas da acne. Eles explicam que isso se deve aos benefícios dos probióticos na melhora da resposta imune protetora e que a sua atuação imunomoduladora sistêmica pode levar a diminuição do grau da acne, que é uma condição pró-inflamatória.
Estudos recentes demonstraram que a lactoferrina administrada oralmente pode aumentar o número de células nos linfonodos e no baço, melhora a atividade de macrófagos peritoneais e de células natural killer. A circulação de citocinas e/ou recrutamento de células do sistema imunológico induzida pela lactoferrina diminui o conteúdo do sebo e da inflamação. Entretanto, os autores ressaltam que o efeito da lactoferrina sobre a acne vulgar envolve um mecanismo complexo que deverá ser esclarecido em estudos futuros.
“O leite fermentado enriquecido com lactoferrina pode ser uma alternativa terapêutica potencial, que deverá ser utilizada como complemento às terapias convencionais para o tratamento da acne vulgar”, concluem os autores.

Referência(s)

Kim J, Ko Y, Park YK, Kim NI, Ha WK, Cho Y. Dietary effect of lactoferrin-enriched fermented milk on skin surface lipid and clinical improvement of acne vulgaris. Nutrition. 2010;26(9):902-9.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chimarrão, café ou chocolate quente?


No frio, elas são as bebidas preferidas dos brasileiros. E têm muito em comum: são responsáveis por uma sensação de bem-estar e auxiliam no combate a doenças. Mas se consumidas em exagero, também podem levar ao vício, aumento da pressão arterial e reduzir a absorção de ferro e de outros nutrientes. O jeito é consumir com moderação.



Lilo Barros, especial para a Gazeta





Chimarrão

Tem como base a erva-mate, que ajuda na prevenção do envelhecimento precoce, atua como cicatrizante e facilita o emagrecimento. “Mas é importante reforçar que as pessoas devem ter hábitos saudáveis de vida, como comer bem e fazer exercícios”, explica a bióloga Luciana Nowacki, mestre em farmacologia, que há cinco anos estuda os efeitos da planta.
Por outro lado, a erva do chimarrão pode causar insônia. Ela também tem um alto grau diurético, promovendo a eliminação de grandes quantidades de nutrientes do corpo. Como é consumida muito quente, a bebida pode provocar a perda parcial do paladar e favorecer a formação de tumores na boca e no esôfago. A água do chimarrão não pode chegar ao ponto de ferver.

Chocolate quente

Vilão das dietas, por ser muito calórico, o chocolate é mocinho na luta contra o estresse, depressão e mau humor. Ele está ligado a uma sensação de satisfação e bem-estar. Quem afirma é o nutrólogo Marco Cassou, que alerta: “como qualquer outro produto, é preciso ter cuidado com a origem e a qualidade desse chocolate”. Quanto mais amargo, mais cacau ele tem, o que previne os efeitos do envelhecimento precoce e as doenças do coração.
Pessoas mais sensíveis a alguns de seus componentes, como a lactose, podem sofrer de irritações na pele, estômago e intestino. O consumo em excesso pode ainda provocar diarreia. Quem tem problemas no fígado e diabete deve ter cuidado redobrado, por causa dos níveis de gordura e açúcar. “O chocolate pode não ser a causa da acne, mas favorece o surgimento delas”, acrescenta a nutricionista Luisa.

Café

“Ele é um estimulante que causa bem-estar, vigor e também resistência para exercício físico”, esclarece a nutricionista Luisa Amabile Wolpe Simas, professora das Faculdades Integradas Espírita. Além disso, a bebida ajuda no combate à depressão, doenças do coração, emagrecimento e prevenção de alguns tipos de câncer. E sim, o cafezinho com açúcar ameniza os efeitos do excesso de álcool.
Já doses elevadas de café podem gerar taquicardia, insônia, ansiedade, aumento da pressão arterial e problemas gástricos, como azia. A adição de açúcar pode intensificar alguns desses problemas. “A diferença do café descafeinado, que não tem cafeína, para o normal é que ele não estimula tanto o corpo. Só que pra retirar essa cafeína dos grãos são utilizados alguns produtos que podem ser mais nocivos à saúde”, pondera Luisa.